Cia do Tijolo apresenta ‘Corteja Paulo Freire’ no Sesc Rio Preto

Obra musical poética com bonecos gigantes inspirada no pensamento do educador pernambucano chega à unidade nesta terça (12/3) dentro da programação do Sesc São Paulo focada na reflexão sobre direitos humanos

O Sesc Rio Preto recebe terça-feira, dia 12 de março, às 19h30, o espetáculo Corteja Paulo Freire, da Cia do Tijolo, de São Paulo, trabalho musical poético que aborda assuntos como emancipação e a transformação social no acesso a direitos, com entrada gratuita. A apresentação acontece na área externa da Comedoria e integra a programação Direitos humanos para todas as pessoas: da palavra ao movimento, realizada pelo Sesc São Paulo, entre os dias 7 e 17 de março.

Com bonecos gigantes de Patativa do Assaré, Federico Garcia Lorca, Ivone Gebara, Dom Helder Câmara e do próprio Paulo Freire, a companhia promove um coro para reabertura dos trabalhos depois de um longo inverno. “Como no carnaval de Olinda, no momento da saída do Homem da Meia-Noite que inaugura o carnaval, como nas saídas de santo ou nas procissões católicas, nos juntaremos aos nossos bonecos gigantes para abrir nossos trabalhos após o fim da pandemia. Junto de nós, o aniversariante, nosso personagem principal, Paulo Freire”, comenta o grupo sobre o educador, autor da Pedagogia do Oprimido (1968), que em 2021 fez 100 anos. 

“Nosso patrono da educação é um dos pensadores brasileiros mais importantes, o mais reconhecido internacionalmente, um dos intelectuais mais citados em artigos acadêmicos, teses e dissertações mundo afora. Isso já seria motivo de sobra para cantarmos em verso e prosa a existência desse pernambucano eminente”, completam seus integrantes.  

A criação de uma “corteja”, assim, no feminino, mistura do substantivo cortejo e do verbo cortejar conjugado na terceira pessoa do singular, ou na segunda pessoa do imperativo afirmativo (corteja!), busca promover a ideia de coletividade, respeito, caminhada, gentileza, cumprimentar- se, cuidado e galanteio.

A relação da Cia do Tijolo com Paulo Freire é antiga e estruturante de sua maneira de ver, pensar e agir ética, estética e politicamente, conforme conta a trupe. O nome do grupo surgiu das primeiras leituras da Pedagogia do Oprimido. No processo de alfabetização dos trabalhadores de Angicos (RN), em 1963, o professor descobriu que deveria, antes de mais nada, buscar nas experiências concretas de produção e reprodução da vida e no vocabulário daqueles homens e mulheres, palavras que fossem prenhes de sentido e a partir das quais fosse possível iniciar o processo de fazê-los desbravar o mundo das palavras lidas e escritas, sem nunca desprezar seus saberes próprios acumulados. “A palavra altamente significativa daquele determinado grupo, geradora daqueles trabalhadores, foi ti-jo-lo. Revelou-se assim, o nome, freirianamente, Cia do Tijolo. Alguns anos depois, iríamos criar o espetáculo Ledores no Breu, baseado na práxis do pensador pernambucano.”

Sobre a Cia do Tijolo

A Cia do Tijolo nasceu do desejo de fazer um espetáculo a partir da obra de Patativa do Assaré. Assim foi criado o espetáculo Concerto de Ispinho e Fulô. Outro poeta, Federico Garcia Lorca, inspirou seu segundo espetáculo, Cantata para um Bastidor de UtopiasLedores no Breu foi sua terceira criação. Depois veio O Avesso do Claustro, convidando o público para um encontro com Dom Helder Câmara.

Sobre o projeto

O projeto Direitos humanos para todas as pessoas: da palavra ao movimento tem como objetivo colaborar para que a cidadania deixe de ser um conceito abstrato e restrito a grupos específicos e se realize como acesso a direitos sociais para toda a população. São atividades como feiras e intervenções artísticas, passando por teatro, dança, literatura e debates sobre direitos humanos.  

A iniciativa mostra a potência das produções artísticas para promover reflexões sobre direitos humanos. Por meio das apresentações, o público pode entrar em contato com a diversidade das experiências humanas, ampliando a visibilidade de questões sociais, desconstruindo estereótipos e favorecendo o desenvolvimento de novas percepções da realidade.

Como parte dessa programação, o Sesc Rio Preto também convida 10 representantes de diferentes instituições, especialmente do terceiro setor, que trabalham com questões ligadas aos direitos humanos para o curso “Direitos Humanos: o que são, como exigir e como defender coletivamente”, a ser realizado em São Carlos, no mesmo dia, 12 de março. Participam Associação Renascer, CRAM, que é um serviço de acolhimento a mulheres vítimas de violência doméstica, Conselho Afro, Família Universos, Rede Refúgio e Só por Hoje.

O encontro é com o Eleilson Leite, coordenador da ONG Ação Educativa, instituição cujo foco é o trabalho nas áreas da cultura, educação e juventude, com a proposta de promover um laboratório para criar estratégias em rede para defender os direitos humanos.

Ao todo, a programação envolve 20 unidades do Sesc São Paulo, na capital, Grande São Paulo, litoral e interior, dando amplitude a vozes e perspectivas capazes de alargar a compreensão e o alcance dos direitos humanos. Esse pluralismo de protagonismos formará um painel de possibilidades de articulação, formação de redes e inovações sociais nesse campo. 

Com a iniciativa, o Sesc São Paulo reafirma seu papel educativo e seu compromisso com o desenvolvimento sociocultural. 

A abertura aconteceu no dia 7, última quinta-feira, com o debate “Direitos Humanos: da palavra ao movimento”, no Sesc 24 de maio, com participação do jornalista Leonardo Sakamoto, presidente da ONG Repórter Brasil, e do Frei David, fundador e diretor executivo da Educafro, – que promove a inclusão universitária de pessoas negras e de baixa renda. 

Na mesma data e local, foi lançada a revista digital “Direitos Humanos pra Quem?”, produzida pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A publicação tem o objetivo de resgatar o conceito sobre este tema diante do enfraquecimento de uma pauta tão importante e necessária para uma sociedade digna. 

Sinopse:

Trabalho musical poético para ser realizado ao ar livre. Como no carnaval de Olinda, no momento da saída do Homem da Meia-noite que inaugura o carnaval, como nas saídas de santo ou nas procissões católicas, nos juntaremos aos nossos bonecos gigantes, Patativa do Assaré, Federico Garcia Lorca, Ivone Gebara, Dom Helder Câmara, num coro para reabertura dos trabalhos depois de um longo inverno. Junto de nós, nosso personagem principal, Paulo Freire.

Ficha técnica:

Atuadores: Arce Correia, Dinho Lima Flor, Rodrigo Mercadante, Karen Menatti, Fabiana Vasconcelos Barbosa, Thais Pimpão, Lucas Vedovoto, Artur Mattar e Odilia Nunes

Músicos: Marcos Coin (violão), João Attuy (violão), Leandro Goulart (viola), Maurício Damasceno (percussão), Nanda Guedes (percussão), Clara Kok Martins (flauta) e Márcia Fernandes (flauta)

Direção: Rogério Tarifa, Dinho Lima Flor, Rodrigo Mercadante e Karen Menatti

Produção: Suelen Garcez

Assistente de produção: Tatiane Garcez

Serviço:

Espetáculo – Corteja Paulo Freire

Com Cia do Tijolo

Dia 12, terça, 19h30

Comedoria – área externa. Grátis. Autoclassificação livre. Lugares limitados

Direitos humanos para todas as pessoas: da palavra ao movimento

Quando: de 7 a 17 de março

Unidades do Sesc: Na capital (24 de maio, Avenida Paulista, Carmo, Centro de Pesquisa e Formação, Florêncio de Abreu, 14Bis, Santo Amaro, Pinheiros e Vila Mariana), no litoral (Santos) e no interior (Osasco, Mogi das Cruzes, Catanduva, Campinas, Rio Preto, Piracicaba, Araraquara, São Carlos e Jundiaí)

Programação completa: sescsp.org.br/direitoshumanos

Sesc Rio Preto   
Avenida Francisco das Chagas Oliveira, 1.333

Informações: (17) 3216-9300   
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Horário de funcionamento: terça a sexta, 13h às 22h. Sábados, domingos e feriados, 9h30 às 19h