SESI São José do Rio Preto apresenta a exposição Maracatu Rural – A Magia dos Canaviais

Mostra com curadoria de Afonso Oliveira faz panorama de uma das mais representativas manifestações da cultura popular brasileira.

Entre os dias 7 de junho e 31 de agosto de 2025, o Centro Cultural Sesi São José do Rio Preto apresenta gratuitamente a exposição Maracatu Rural – A Magia dos Canaviais, que reúne a produção artística de trabalhadores da Zona da Mata de Pernambuco, representantes desta manifestação que é Patrimônio Cultural Brasileiro, o Maracatu Rural ou Maracatu de Baque Solto. O evento de abertura ocorre no dia 6/6, sexta, às 19h.

A mostra conta com audiodescrição e legendas em braile. Visitas guiadas estão programadas com performance de Luiz Caboclo – Mestre dos Caboclos de Lança do Maracatu Estrela de Ouro de Aliança no dia 8/6, às 15h.

Ambientada em uma cenografia que remete ao território da Zona Canavieira Pernambucana, a exposição apresenta documentos, vídeos, fotografias, objetos, textos, indumentárias e peças de artesanato, além de audiovisuais. São objetos e obras que vão além dos maracatus, e adentram no universo do trabalho, da religião e das influências que o Maracatu Rural exerceu sobre artistas contemporâneos como Chico Science, Gilberto Gil, Jorge Mautner e Siba.

Com projeto expográfico assinado pela designer pernambucana Júlia Filizola, a exposição conta com mais de 60 fotografias selecionadas, assinadas por diversos fotógrafos pernambucanos como Hans von Manteuffel (alemão/pernambucano), Toni Braga, Pedro Raiz, Ederlan Fábio, Fred Jordão e Afonso Oliveira, além de obras da antropóloga americana Katarina Real que, entre 1950 e 1990, pesquisou sobre o Carnaval do Recife e outras manifestações culturais do Nordeste (suas fotografias foram cedidas pela Fundação Joaquim Nabuco).

Entre os documentos estão troféus, CDs, livros, ferramentas da agricultura, instrumentos e a medalha da Ordem do Mérito Cultural (concedida pelo Ministério da Cultura). Na indumentária, a exposição traz 11 manequins com os figurinos típicos de Caboclos de Lança, Rei, Rainha, Reiamar, Mestre de Apito, Burra, Catirina e Mateus. Destaque também para uma Mesa de Jurema Sagrada, ritual religioso de origem indígena e cultuado por aqueles que fazem o Maracatu Rural, e para o Totem, onde o visitante, de forma interativa, irá conhecer a história e a estética dessa cultura.

O público pode ainda assistir a um documentário produzido especialmente para a exposição, que mostra o Maracatu Rural desde os preparativos, à noite, até as apresentações durante o carnaval. Será exibido também o filme Maracatu Atômico – Kaosnavial (2012), com Jorge Mautner e Mestre Zé Duda, dirigido por Afonso Oliveira e Marcelo Pedroso, produzido na Zona da Mata Pernambucana.

A produção e curadoria Maracatu Rural – A Magia dos Canaviais é assinada por Afonso Oliveira, que tem uma vivência de mais de 30 anos junto a esta manifestação cultural, já tendo desenvolvido diversos projetos com os maracatus rurais. “Quem visitar a exposição viverá uma experiência marcante e única. O Maracatu Rural vai além do colorido de seus caboclos de lança, é um mergulho na história da formação do povo nordestino. É muito representativo trazer este acervo para São Paulo. Aqui vive uma parte de nós.”

Maracatu Rural – O maracatu rural ou de baque solto é uma manifestação cultural que surgiu no período republicano, na Zona da Mata, em Pernambuco. A partir da festa dos caboclos, personagens de outras brincadeiras foram se juntando e formando-o como conhecemos hoje. A tradição diz que o primeiro maracatu rural tem local e data de nascimento. O mais antigo foi criado no Engenho Olho d’Água, em Nazaré da Mata, no dia 10 de dezembro de 1914, num sábado, como diz Ernesto Francisco do Nascimento, o mais antigo dos caboclos em atividade e mestre do Maracatu Cambindinha de Araçoiaba. O protagonista do maracatu rural é o caboclo de lança, de fantasia exuberante com golas e chapéus coloridos, além dos caboclos de pena, das baianas, do rei e da rainha e das damas de buquê. O cortejo do maracatu rural é conduzido por instrumentos de percussão (bombo, tarol, mineiro, porca e gonguê), acompanhado por instrumentos de sopro (trombone e trompete), vindo das orquestras de frevo. O canto é de responsabilidade do Mestre de Apito ou poeta e contra-mestre. Sambas e marchas feitos de improviso mostram a qualidade e prestígio do Mestre perante à população que, durante o carnaval, aguarda ansiosa para ver qual será o melhor. Durante o carnaval, existem vários encontros de Maracatus, com destaque para os realizados nas cidades de Nazaré da Mata, Aliança e Goiana.

Afonso Oliveira (curador) – Criador do Método Canavial de Ensino de Produção Cultural Coletiva e Comunitária, que tornou-se livro (2009) e já formou 180 produtores culturais. Afonso Oliveira lançou o projeto Curva do Mundo (2019) com exposição de pinturas, livro de poesias e composições musicadas por diversos artistas brasileiros. Elaborou, entre 1995 e 2003, com o Governo do Estado de Pernambuco e o Ministério da Cultura, uma política de valorização dos Maracatus pernambucanos; idealizou e coordenou o projeto que tornou Nazaré da Mata, PE, a Terra do Maracatu, e Goiana, PE, a Terra dos Caboclinhos. Realizou projetos nacionais e internacionais de valorização da cultura popular pernambucana, destaque para a EXPO 2000, em Hanover, Alemanha; turnês europeias com os Maracatus Estrela Brilhante e Maracatu Leão Coroado; ida ao Festival Lincoln Center em Nova Iorque com Selma do Coco, Vanildo de Pombos e Mestre Salustiano. Coordenou mais de 120 projetos culturais de música, artesanato, cinema, cultura popular, teatro e dança. A convite do Ministério da Cultura, foi diretor artístico, produtor e curador do Festival Interações que levou mais de 40 atrações para às Paralimpíadas do Rio de Janeiro (2016), coordenador geral do Encontro Nacional das Culturas Populares (2015), em Serra Talhada, e coordenador de programação da TEIA – Encontro Nacional dos Pontos de Cultura (2008), em Brasília. Prêmios: Cavaleiro da Ordem do Mérito Cultural – 2017; Prêmio Delmiro Gouveia de Economia Criativa – Fundação Joaquim Nabuco – 2020; Prêmio Economia Criativa do MinC – 2012; Prêmio Patativa do Assaré do MinC – 2011; Prêmio Tuxauá do MinC – 2010

Serviço

Exposição: Maracatu Rural – A Magia dos Canaviais

Abertura: 6 de junho – Quinta, às 19h

Temporada: 7 de junho a 31 de agosto de 20257

Horário: quarta a sábado – das 10h às 20h. Feriados – das 10h às 19h.

Visitação gratuita. Classificação: Livre.

Visita guiada:  8/6, às 15h, com participação do Mestre Luiz Caboclo

Acessibilidade: obras com audiodescrição.

Agendamento escolar e de grupos: riopreto@sesisp.org.brvera.rodrigues@sesisp.org.br e jaqueline.emanuela@sesisp.org.br.

Centro Cultural SESI São José do Rio Preto

Centro de Atividades Jorge Duprat Figueiredo

Av. Duque de Caxias, 4656 – Vila Elvira. São José do Rio Preto/SP.

Tel: (17) 3224-6611 | riopreto.sesisp.org.br | @sesiriopreto

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